quinta-feira, 9 de julho de 2009

AZEDUME

bata em mim porque eu mereço. pra começar, um soco no peito. bem aqui no meio. joelhadas no estômago também são aconchegantes e consolam. tapas no rosto são quentes, principalmente em público. quero sentir na boca a poeira crocante do chao da rua enquanto estiver me arrastando e rolando em direção aos chutes. pessoas enormes, uma multidão de gigantes estará me chutando, e eu perfeitamente vingado, reconfortado, me sentindo vivo. existe insulto mais completo do que, com o impacto de um tapa ou soco, ir parar numa poça de lama, e com muita gente observando? Um gancho de direita no queixo. Croc croc (meu queixo estalando). Vou correr muito, vou vir de lá de baixo. e quando estiver passando por você, por gentileza deixe o pé na minha frente para que eu caia. Vê aquele valão? por favor me joga lá dentro. Eu quero que você me empurre. Preciso bater com a cabeça no fundo do valão, para desmaiar e ficar boando. dez pedras me acertam as costas de uma vez só, e enquanto corro, peço mais vinte.

unf

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